A apendicite aguda é a inflamação do apêndice e é a condição mais comum que requer cirurgia de emergência na infância. O diagnóstico muitas vezes é tardio, principalmente em crianças pequenas, resultando numa condição relativamente simples numa situação potencialmente perigosa para a saúde da criança.
Dor abdominal aguda e persistente na criança deve sempre ser examinada por um médico, devido à possibilidade de inflamação do apêndice (apendicite aguda).
Causas Apendicite Aguda
A principal causa da inflamação é a obstrução do lúmen dos resíduos fecais, resultante da actividade excessiva de bactérias encontradas nesse local. Infecções microbianas por Yersinia, Salmonella e Shigella, e inflamação viral, também podem causar apendicite. Causas mais raras incluem tumores carcinóides, vermes intestinais (lombrigas) e fibrose cística.
Parece haver uma predisposição familiar, com uma incidência de 70% em crianças com história familiar positiva.
Sinais e Sintomas Apendicite Aguda
Existe uma tríade de sintomas característicos
- Dor abdominal
Devido ao apêndice inflamado ou ruptura, começa ao redor do umbigo para, em seguida, localizar-se na fossa ilíaca direita. A localização final varia porque o apêndice não tem uma posição fixa. Ele pode estar localizado por baixo ou por trás do fígado a partir do cólon ou em outras posições intraventriculares. A dor é constante, se ocorrer perfuração a dor abdominal generalizada.
- Náuseas e Vómito
É um dos sintomas mais comuns em caso de apendicite aguda. Cerca de 60% das crianças apresentam menor frequência de anorexia e diarreia (10,5%). Esta situação pode às vezes confundir e levar a um diagnóstico erróneo de gastroenterite em idades jovens com sintomas vagos.
- Febre
Febre ligeira q ue geralmente surge no começo dos sintomas. Febre alta não exclui apendicite. Em caso de ruptura do apêndice, com inflamação abdominal (peritonite), a temperatura da axila e boca podem mostrar apirexia enquanto a temperatura do recto pode ter uma diferença de 1 a 1,5 graus ºC.
A apendicite aguda é uma condição que se desenvolve gradualmente, uma curta história de 2 a 3 horas não é o suficiente para decidir um diagnóstico seguro.
O Exame Físico Apendicite Aguda
O paciente apresenta palidez, caminha com corpo curvado para o lado direito e não pode dar "saltos". Se houver uma ruptura do apêndice, o abdómen à palpação está duro e a dor é difusa.
Na idade pré-escolar, dos 4 aos 6 anos, os sintomas são atípicos, com diarreia frequente e a proporção de crianças com perfuração no momento do diagnóstico afecta 50% a 70%.
Finalmente, a apendicite aguda pode ainda ocorrer em idade infantil e neonatal, geralmente em combinação com outras condições.
Diagnóstico Apendicite Aguda
O hemograma e a determinação da PCR ajudam no diagnóstico. O ultra-som abdominal pode, mas nem sempre, mostrar inflamação do apêndice, assim como numa radiografia. Em casos duvidosos, a tomografia computadorizada do abdómen pode confirmar o diagnóstico.
O diagnóstico diferencial deve ser feito para doenças do aparelho digestivo, respiratório, urogenital, doenças do sangue, cetoacidose diabética e púrpura alérgica.
Tratamento Apendicite Aguda
O tratamento para a apendicite aguda é a apendicectomia urgente. Em casos de perfuração (20% a 40%) existe indicação de apendicectomia após o paciente estar estabilizado. A cirurgia pode ser realizada com o método convencional ou por laparoscopia ou em combinação. Com o avanço da tecnologia o método laparoscópico está ganhando terreno.
A incidência de complicações é reduzida a 10%, devido à técnica cirúrgica melhorada e a existência de antibióticos apropriados.
A complicação mais comum é a inflamação e supuração da ferida com infecção intra-abdominal grave, com ou sem recolha de pus. A perfuração ocorre mais raramente. As complicações são tratadas geralmente com antibióticos.
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